CMMI® versão 1.2
Oficialmente anunciado pelo SEI - Saiba quais são as mudanças frente a versão 1.1 e qual é o impacto nos programas de melhoria de processos

POR ANA PAULA EUGÊNIA, JADER VOLKMER e RENATO CHAVES VASQUES (*)

No último dia 25 de agosto de 2006, o SEI - Software Engineering Institute, instituto de pesquisa norte-americano de grande prestígio na área de tecnologia da informação e administrador do CMMI e seus produtos e serviços, anunciou oficialmente a chegada ao mercado da versão 1.2 do referido produto. Com isso, organizações do mundo inteiro que estão implementando programas de melhoria de processos baseados na versão 1.1 do CMMI, necessitam entender e iniciar seu planejamento no sentido de efetuar a migração e as alterações necessárias para adaptação à nova versão do popular modelo de melhores práticas (ver tabelas abaixo).

CMMI - O "Capability Maturity Model Integration" é o modelo desenvolvido pelo Software Engineering Institute (SEI) que integra as melhores práticas no campo da engenharia de sistemas e de software. Ele é o pioneiro e atualmente um dos mais utilizados modelos de melhores práticas no segmento de tecnologia. O CMMI é estruturado por meio de um conjunto de áreas de processos relativas a várias disciplinas (engenharia, gestão de projetos, etc) distribuídas ao longo de cinco níveis de maturidade. A intenção do modelo é aumentar a maturidade das organizações por meio do aumento da capacidade individual e coletiva dos processos (áreas de processos) localizados em cada nível de maturidade (Fig. 1).

CMMI v1.2 - A release 1.1 do CMMI é utilizada desde 2002, quando da sua publicação. No entanto, o SEI vem trabalhando desde então, na estruturação de um framework de melhoria que pudesse ser aplicado também em outras áreas de interesse. Desta forma, nasceram as chamadas "constelações", onde componentes do CMMI usados para construir modelos; materiais de treinamento e documentos de avaliações são agrupados gerando assim uma constelação. O já difundido modelo CMMI, chega à sua versão 1.2, compondo agora a constelação CMMI for Development, que inclui também definições quanto o método de avaliação e materiais de treinamento (leia mais detalhes ao longo do artigo).

Ainda estão em desenvolvimento duas outras constelações que irão compor a nova arquitetura de modelos: CMMI for Services e CMMI for Acquisition.

Fig. 1 – Os cinco níveis de maturidade do CMMI

A Integrated System Diagnostics Brasil (ISD Brasil), subsidiária da ISD Inc, um dos maiores parceiros do SEI em número de credenciais no mundo, seguindo sua política e seus valores de levar não somente a informação ao mercado, mas sim prover uma apropriada análise e conseqüente conjunto de recomendações, preparou este comunicado (artigo) para que o mercado brasileiro envolvido com melhoria de processos possa planejar sua transição entre as versões do CMMI de maneira a minimizar quaisquer impactos possíveis e ainda usufruir dos benefícios da nova versão do modelo.

O Calendário da Mudança

  • 31 de Dezembro de 2005 - os produtos associados ao SW-CMM® (modelo e métodos de avaliação), já não são mais aplicáveis desde 01 de Janeiro de 2006;
  • 25 de Agosto de 2006 - data da publicação oficial da nova versão 1.2 do CMMI®. A partir deste momento se dará início à descontinuidade da Versão 1.1 do modelo;
  • 31 de Agosto de 2007
  1. data de validade das avaliações para organizações que tiveram seus processos avaliados oficialmente no SW-CMM®
  2. data em que expira o laudo de avaliações Classe A conduzidas na versão 1.1 (método e modelo) ou 3 (três) anos após a data final da condução da avaliação. Aquela que for maior. Ex.: se uma organização foi avaliada em novembro de 2005, seu laudo é válido até novembro de 2008. No entanto, se outra organização foi avaliada exatamente um ano antes (em novembro de 2004), seu laudo será válido somente até 31 de Agosto de 2007.
  3. a partir de 01 de Setembro de 2007 somente serão aceitas avaliações conduzidas utilizando o método SCAMPI v1.2, bem como a versão 1.2 do CMMI.

Um "Raio-X" da Versão 1.2 do CMMI

1) Principais Mudanças e Melhorias no CMMI®

Mudança / Melhoria Impacto (*) Comentários e Recomendações

a) Incorporação de uma arquitetura de modelo que contemple a expansão das melhores práticas para novas áreas, tais como serviços e aquisição

Baixo

Não muda a forma como as organizações implementam seus programas de melhoria atualmente.

O SEI possui atualmente dois projetos em andamento que quando prontos devem expandir consideravelmente o escopo do CMMI.

a) CMMI Acquisition (Aquisição) - projeto em parceria com a General Motors (GM) que visa desenvolver uma versão do CMMI para empresas que adquirem soluções de tecnologia em larga escala (grandes compradores)

b) CMMI Services (Serviços) - projeto em parceria com a Northrop Grumman que visa desenvolver uma versão do CMMI para área de serviços relativos à tecnologia da informação, tais como manutenção, help desk, etc.

c) CMMI Development (Desenvolvimento) - esta é a versão corrente do modelo CMMI v 1.1 que está em migração para a versão 1.2, publicada recentemente. Com estas três versões ou "constelações" (nome dado pelo SEI) a família CMMI cobrirá grande parte das atividades relativas à Tecnologia da Informação (aquisição, desenvolvimento e serviços).

b) Apresentação do CMMI de forma única, refletindo ambas as representações: contínua e por estágios.

Baixo

Não muda a forma como as organizações implementam seus programas de melhoria.

Hoje em dia, tanto o livro do CMMI quanto o treinamento de introdução aos conceitos do modelo já possuem uma visão única que contempla as representações contínua e por estágios.

A nova versão do modelo CMMI® for Development, Version 1.2 - Improving processes for better products, já está disponível no site do SEI na sua versão Technical Report (06tr008) e apresenta uma única visão; tanto no que se refere às representações (contínua e por estágios), como ao acréscimo de conteúdo específico (ex.: IPPD) e às suas diversas amplificações (hardware, software e systems engineering).

c) Eliminação dos conceitos de práticas avançadas (advanced practices) e características comuns (common features)

Muito baixo

Não muda a forma como as organizações implementam seus programas de melhoria.

Particularmente no Brasil, a representação contínua do CMMI é pouquíssimo difundida.

d) Simplificação do material referente ao IPPD (Integrated Product and Process Development) ou (Desenvolvimento integrado de processos e produtos)

Muito baixo

Não muda a forma como as organizações implementam seus programas de melhoria.

Particularmente no Brasil, a extensão IPPD do CMMI é pouquíssimo difundida e sua implementação continuará sendo algo opcional e dependente da estratégia de cada organização.

As alterações não são de conteúdo e sim de distribuição das práticas das PA´s OEI e IT - que eram específicas de IPPD - dentro das áreas de processos que permanecem. Estas foram alocadas, respectivamente às PAs: OPD (Organizational Process Definition) (Definição do processo organizacional) e IPM (Integrated Project Management) (Gestão integrada de projetos).

e) Eliminação da extensão Supplier Sourcing (SS) e incorporação de práticas de ISM (Integrated Supplier Management) à PA SAM

Médio

Possuir ou não subcontratação de serviços, naturalmente, continuará dependente da estratégia de negócios de cada empresa ou organização.

A principal alteração em SAM se deve à adição de mais duas práticas específicas em sua meta 2, que estavam incorporadas na PA de nível 3 ISM (Integrated Supplier Management) (Gerenciamento Integrado de Fornecedores), a qual deixa de existir nesta versão.

Ação: as organizações que estão no nível 2, ou pretendem trabalhar o nível 2, e implementam SAM (Supplier Agreement Management) (Gestão de Acordos com Fornecedores) deverão implementar ou rever a implementação da meta 2 da PA. É recomendada a elaboração de um plano de ação para contemplar esta mudança.

f) Adição de exemplos relativos à Hardware

Baixo

Não muda a forma como as organizações implementam seus programas de melhoria.

Apenas as empresas que trabalham engenharia de sistemas contarão com exemplos mais específicos, facilitando assim a interpretação e implementação do modelo.

Ação: embora o impacto seja considerado baixo, é recomendável a realização de uma revisão das interpretações mais críticas relacionados ao desenvolvimento de hardware, principalmente no que diz respeito às PA´s de nível 3 TS (Technical Solution) (Solução Técnica), VAL (Validation) (Validação) e VER (Verification) (Verificação).

g) Duas práticas relativas à "Ambiente de Trabalho" (Work Environment) foram adicionadas ao modelo

Médio

Duas práticas relativas à "Ambiente de Trabalho" (Work Environment) foram adicionadas ao modelo, uma na área de processo "OPD" e outra na área "IPM". A intenção é que tanto a organização quanto os projetos provenham suporte nas questões relacionadas ao ambiente de trabalho (ex: segurança, ruídos e interrupções, etc.).

h) Não aplicabilidade de Áreas de Processos (PAs) se limitará somente a SAM

Baixo

O SEI está limitando formalmente a possibilidade de não aplicabilidade de áreas de processo (PA) que não seja SAM.

Lembrando que nesta nova versão, SAM incorporou algumas práticas de ISM, que foi extinta do modelo.

A não aplicabilidade de outras Áreas de Processos (PAs) não será permitida na representação "por estágios" do CMMI. A recomendação do SEI para outras situações é o uso da representação "contínua" do modelo.

i) Práticas Genéricas melhor explicadas

Baixo

A explicação das metas e práticas genéricas foi organizada em uma única seção do modelo (parte 2), juntamente com os demais elementos do modelo (PA´s). Desta forma, receberam uma explicação mais detalhada quanto à sua implementação e informações de como as áreas de processo suportam sua implementação.

j) Algumas Áreas de Processo foram alteradas significativamente

Alto

As PA´s que sofreram alterações significativas são:

  • IPM IPPD;
  • OPD + IPPD;
  • OPF;
  • REQM;
  • RD;
  • SAM;
  • TS;
  • VAL;
  • VER.

Ação: é recomendada a elaboração de um plano de ação para contemplar as mudanças realizadas nestas PA´s, para todas as organizações que estão no nível 2 ou 3, ou pretendem trabalhar o nível 2 ou 3.

k) Alterações no Glossário

Muito baixo

Foram excluídas definições do glossário que deixarão de ser utilizadas, em função das mudanças. No entanto, algumas definições foram revistas para que ficassem mais claras e outras novas foram incluídas no glossário do modelo.

(*) Impacto: Muito baixo, Baixo, Médio, Alto, Muito Alto.

2) Mudanças no Método de Avaliação SCAMPI

Uma nova versão para o método de avaliação SCAMPI foi liberada juntamente com a versão 1.2 do CMMI®. Desta forma, a partir de 01 de Setembro de 2007 somente serão aceitas as avaliações oficiais no CMMI® Versão 1.2, que também forem realizadas com a versão 1.2 do método de avaliação SCAMPI. Vale reiterar que até essa data, avaliações que utilizarem a versão 1.1, sejam do modelo ou do método de avaliação SCAMPI, serão consideradas válidas.

Assim como as alterações no modelo, as alterações no método de avaliação SCAMPI não são "radicais", mas sim pequenos ajustes e melhorias oriundos de várias sugestões de mudanças ao longo dos últimos anos e da necessidade de adaptação à versão 1.2 do próprio modelo.

Passos Recomendados pela ISD Brasil para a Migração

Em resumo, as alterações presentes na versão 1.2 do CMMI e seus demais componentes, incluindo o método de avaliação SCAMPI não refletem mudanças profundas, estruturais ou de seu propósito.

Este documento tem como objetivo principal prover uma análise preliminar das mudanças no CMMI e seus ativos, proporcionando aos clientes da ISD Brasil e ao mercado brasileiro em geral, conhecimento suficiente para exercício de mitigação e suavização dos potencias riscos durante o processo de migração. Entretanto, este documento individualmente não é suficiente para que se empreenda um processo de mudança na íntegra. Caberá então a cada organização realizar junto com os consultores da ISD Brasil uma análise mais criteriosa das mudanças aqui apresentadas levando em consideração suas peculiaridades e objetivos individuais.

A Integrated System Diagnostics, sendo o mais antigo parceiro do SEI e tendo trabalhado ao longo dos anos junto a esta entidade na criação dos diversos modelos e métodos de avaliação (participou inclusive do desenvolvimento de CMMI e do SCAMPI), como já feito no processo de transição do SW-CMM para o CMMI, se prontifica a apoiar cada um de seus clientes e o mercado, objetivando a redução de quaisquer potenciais impactos e custos oriundos do processo de mudança.

Etapas para a Migração
  • Defina uma estratégia geral para adequação dos processos à nova versão
  • Identifique desde já o melhor momento para migração, considerando seus objetivos estratégicos
  • Faça uma Análise de lacunas ou "gaps" a partir do CMMI® for Development v1.2 e elabore um plano de ações
  • Faça uma estimativa do esforço necessário para implementação das ações
  • Identifique eventuais riscos envolvidos com a migração e defina a estratégia para tratamento dos mesmos
  • Defina junto à ISD Brasil a melhor estratégia para realização de treinamentos de atualização, adequação e implementação dos gaps (desvios) em relação à versão 1.2, e condução de avaliações preparatórias e oficiais.

Novas Políticas, Atitudes do SEI e Outros Assuntos

Junto ao início do processo de substituição do SW-CMM pelo CMMI a partir do ano 2001, o SEI vem trabalhando arduamente para prover ao mercado mundial maior confiabilidade em relação aos resultados (níveis de maturidade) das avaliações oficiais conduzidas. Isto se deve a alguns problemas de "qualidade" que vem sendo encontrados e relatados ao SEI ao redor do mundo, incluindo China, Índia e Brasil. Estes problemas estão relacionados a questões éticas e principalmente a níveis de maturidade sendo obtidos em tempos exageradamente curtos.

Objetivando o aumento desta credibilidade e confiança nos resultados, algumas ações foram e continuam a ser tomadas pelo SEI. Aqui citamos algumas dentre as mais relevantes:

1) P1) Publicação dos níveis de maturidade em Website público do SEI (http://seir.sei.cmu.edu/pars/pars_list_iframe.asp)

As avaliações de CMMI conduzidas utilizando o método SCAMPI passam a contar com alguns mecanismos que permitem ao mercado verificar a autenticidade e validade dos resultados de uma avaliação. Alguns destes instrumentos já existiam nos métodos de avaliação utilizados com o SW-CMM (ex: SCE e CBA-IPI), mas agora possuem um padrão e maior rigor.

A seguir descrevemos as principais etapas e mecanismos para validação de um nível de maturidade:

  • 1ª Etapa - a avaliação precisa ser liderada por um profissional credenciado pelo SEI (http://seir.sei.cmu.edu/pars/pars_list_iframe.asp)


  • 2ª Etapa – todo líder autorizado pelo SEI é obrigado a gerar um documento resultante da avaliação SCAMPI/CMMI, chamado "ADS - Appraisal Disclosure Statement". Este documento necessita ser assinado pelo líder autorizado pelo SEI e pelo patrocinador da avaliação e contempla minimamente os seguintes itens:


    • nome e número de identificação do líder da avaliação
    • nome do patrocinador e equipe de avaliação com respectivas organizações de afiliação
    • data do período on-site
    • escopo do modelo (versão , representação, domínio e áreas de processos avaliadas)
    • escopo da organização (nome da empresa, área que foi avaliada, serviços avaliados, principais clientes, localização geográfica, entre outros)
    • o nível de maturidade ou capacidade atribuído.


  • 3ª Etapa – nem todas as informações relativas à avaliação estão contidas no ADS. Em função disso, cabe à entidade que está exigindo a eventual comprovação também solicitar os artefatos de planejamento que são obrigatórios em um processo de avaliação oficial. Algumas informações importantes que não necessariamente constam no ADS, mas aparecem no planejamento são: amostragem selecionada para ser avaliada (ex: projetos avaliados); competências da equipe de avaliação; razões de negócios para a avaliação; e principalmente qual é exatamente a área escopo da avaliação com todos os seus detalhes (empresa->localização geográfica->diretoria->gerência->etc)


  • 4ª Etapa - novidade importante ! - o SEI disponibilizou há algum tempo um website (http://seir.sei.cmu.edu/pars/pars_list_iframe.asp) para publicação dos resultados de avaliações oficiais de CMMI. Diferente do que existia no SW-CMM, agora no mundo CMMI, esta publicação só é realizada após o registro, processamento e revisão de qualidade do resultado da avaliação enviado pelo avaliador credenciado ao SEI; e não mais feita baseada em informações de mídia (jornais, revistas, artigos, sites, etc) encaminhadas ao SEI e que eram muitas vezes sujeitas à distorção e direcionamento. Ou seja, de maneira formal o SEI está processando os resultados que serão publicados e provendo ao mercado uma fonte única de níveis de maturidade obtidos no mundo inteiro.

    Com isso, podemos afirmar com certa segurança que as únicas razões que levarão a NÃO publicação de um nível de maturidade (avaliação) no site do SEI são:

    1) A empresa avaliada não quer que seu resultado seja publicado

    2) A avaliação não passou na revisão de qualidade do SEI durante o processamento dos resultados e, portanto o nível de maturidade não será publicado no site da entidade até que a organização avaliada seja submetida a uma auditoria independente conduzida pelo próprio SEI para sanar ou comprovar as eventuais divergências (http://www.sei.cmu.edu/appraisalprogram/quality.html)

    Com base nesta nova direção dada pelo SEI e conhecendo o cenário brasileiro, podemos inferir e antever que em uma empresa "fornecedora de produtos ou serviços" que obtiver um nível de maturidade com o objetivo de mostrar ao mercado sua capacidade em desenvolvimento e sustentação de aplicações de TI visando participação em concorrências públicas e privadas ou mesmo exportação, a única razão da NÃO publicação de seu nível de maturidade somente ocorrerá em função da situação 2 explicada acima.

  • 5ª Etapa – independente dos esforços do SEI e da comunidade em geral para evitar abusos e usos inapropriados dos resultados de níveis de maturidade, sempre existirá uma última e importante etapa que caberá ao órgão, entidade ou empresa que está adquirindo serviços ou produtos de uma empresa, que é validar ao longo do relacionamento com o fornecedor o desempenho e qualidade de seus produtos e serviços, bem como tomar conhecimento de suas iniciativas na direção de melhorar continuamente seus processos e indicadores.

2) Canal de reclamações e qualidade do SEI

Outra atitude bastante relevante do SEI buscando maximizar a confiabilidade dos resultados das avaliações é a criação do canal de comunicação entre o mercado e a área de qualidade do SEI (scampi-quality@sei.cmu.edu), visando dar ao mercado mundial "voz ativa" no controle de irregularidades e situações suspeitas. Este canal de contato está ancorado em um Código de Ética definido pelo SEI e aprovado e obrigatoriamente assinado por todos avaliadores, instrutores e parceiros do SEI. Estes "mandamentos" exigem dos parceiros do SEI integridade, conduta adequada, ética, competência, entre outros valores requeridos de uma organização que na prática estará avaliando e julgando outras empresas.

3) Período de 3 (três) anos para expiração de uma avaliação

Aproveitando o advento da entrada da versão 1.2 do CMMI, o SEI está estabelecendo uma nova política que determina o prazo máximo de validade de 3 (três) anos para as avaliações realizadas utilizando-se a versão 1.2 do CMMI. Estes três anos contarão a partir do último dia do período de visita à organização (on-site) pressupondo que tudo tenha transcorrido normalmente durante o processamento e validação de qualidade pelo SEI. Após estes três anos de duração, o resultado do nível de maturidade será removido do site público de resultados do SEI (http://seir.sei.cmu.edu/pars/pars_list_iframe.asp). A utilização do site para esse fim demonstra, de forma inequívoca, a intenção do SEI de zelar pela qualidade das avaliações utilizando seu site como fonte de consulta de avaliações corretamente conduzidas e com data de validade não expirada.

O SEI irá notificar as organizações após 2 (dois) anos de validade da avaliação, para que estas tenham um prazo mínimo de 1 (um) ano para planejar a próxima avaliação e a eventual seqüência do programa de melhoria.

Esta mudança atinge todas as organizações que estão em programa de melhoria, inclusive as organizações que já obtiveram o nível 5 do CMMI. Estas últimas também necessitarão passar por nova avaliação a cada três anos se desejarem provar que ainda mantém o nível de maturidade obtido.

Ainda existem dois casos de exceção que precisam ser tratados:

  1. Para as empresas avaliadas no SW-CMM, o prazo de validade destas avaliações será 31 de agosto de 2007 obrigatoriamente. Vale lembrar que para o SW-CMM não existia um site público e ativo do SEI com resultados de avaliações individuais, nos moldes agora existentes para o CMMI;
  2. Para as empresas avaliadas no CMMI versão 1.1, o prazo de validade destas avaliações será o mesmo da nova política (3 anos) ou 1 (um) ano após a liberação da versão 1.2 do CMMI, ou seja, 31 de agosto de 2007, valendo sempre a opção do tempo mais longo.

Conclusão

A Integrated System Diagnostics Brasil entende que as mudanças na nova versão 1.2 do CMMI não são significativas a ponto de causar grande impacto ou ruptura nos programas de melhoria em andamento ou mesmo naqueles que estão ainda em fase de planejamento levando em consideração a versão 1.1 do modelo. Por outro lado, fica claro que o SEI, com esta mudança, está estabelecendo os alicerces para que o CMMI possa alçar vôos mais altos, fazendo frente e englobando dentro de seu framework áreas antes somente exploradas por outros modelos e padrões, tais como: ITIL (serviços), eSCM (aquisição e outsourcing), etc.

Vale também destacar a preocupação do SEI que se reflete em ações no sentido de preservar a credibilidade do CMMI e minimizar problemas de qualidade e confiança em relação aos níveis de maturidade obtidos de forma suspeita ou mesmo atingidos em prazos muito curtos, o que nem sempre é legitimamente possível.

Sobre os autores:

* Ana Paula Eugênia - Consultora da ISD-Brasil, responsável pela condução e gestão do programa de melhoria de diversas organizações nacionais e multinacionais em todos os níveis de maturidade, vem participando também de diversas avaliações oficiais, preparatórias e de seleção de fornecedores com base no CMMI e outros modelos e normas.

* Jader Volkmer - Consultor da ISD Brasil responsável pelo processo de desenvolvimento de negócios, participando na definição da estratégia técnica dos programas de melhoria baseados no CMMI e outros modelos.

* Renato Chaves Vasques - Primeiro brasileiro autorizado pelo SEI - Software Engineering Institute a liderar avaliações de CMMI. Consultor e responsável pelo processo de gestão técnica da ISD-Brasil, incluindo a condução e gestão do programa de melhoria de diversas organizações nacionais e internacionais em todos os níveis de maturidade.

Junho de 2006

Para dúvidas ou esclarecimentos – contato@isdbrasil.com.br

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